Uma Sangha é uma comunidade de amigos praticando o Dharma juntos de forma a fazer acontecer e manter a consciência. A essência da Sangha é consciência, entendimento, aceitação, harmonia e amor. A Sangha não é um lugar para se esconder de forma a se evitar responsabilidades. A Sangha é um lugar para praticar, para a transformação e a cura do ego e da sociedade.
quarta-feira, 11 de junho de 2008
A VOZ DO SILÊNCIO
Por H.P.Blavatsky
Tradução de Fernando Pessoa (excerto do primeiro fragmento)
"Que a tua Alma dê ouvidos a todo o grito de dor como a flor do lótus abre o seu seio para beber o sol matutino.
Que o sol feroz não seque uma única lágrima de dor antes que a tenhas limpado dos olhos de quem sofre.
Que cada lágrima humana escaldante caia no teu coração e ali fique; nem nunca a tires enquanto durar a dor que a produziu.
Estas lágrimas, ó tu de coração compassivo, são os rios que irrigam os campos da caridade imortal. É neste terreno que cresce a flor nocturna de Buddha, mais difícil de achar, mais rara de ver, do que a flor da árvore Vogay. É a semente da libertação do renascer."
As pessoas buscam na religião um ponto de apoio para nortearem suas vidas. Na religião cristã, o ponto de apoio é o Deus Uno em três pessoas: Pai, Filho (Jesus) e Espírito Santo. Já nós budistas encontramos nosso ponto de apoio nas chamadas Três Jóias: o Buda (Buddha) (o Desperto), o Dharma (a Lei ou a Doutrina) e o Samgha (a Comunidade dos Discípulos). É se apoiando nas Três Jóias que o budista alcança a energia e disposição para mudar o que pode ser modificado, consegue a coragem e a serenidade para aceitar o que não pode ser alterado, e obtém o discernimento para distinguir uma coisa da outra.
O Buda é o homem desperto ou iluminado que tomou plena consciência do significado da vida e Caminho que liberta o ser humano do sofrimento. Nós budistas tomamos refúgio no Buda por ser ele o Sábio, o Conhecedor de tudo, aquele que com sua Compaixão indica ao homem o Caminho que o aliviará da angústia e do sofrimento.
O Dharma é a Doutrina, pregada pelo Buda, que expõe a Lei Suprema que fundamenta e rege toda a existência e que, quando compreendida e assimilada, liberta o homem do sofrimento e lhe proporciona a mais profunda e inquebrantável paz de espírito. Nós budistas tomamos refúgio no Dharma, assumindo o compromisso de ouvi-lo com constância e assiduidade, porque ele ilumina nossa existência, dissipando as trevas da ignorância, nos faz tomar consciência de nosso egoísmo e de nossas limitações, e nos conduz à salvação. É o Dharma que nos ensina que todas as coisas são impermanentes, dolorosas em sua transitoriedade, e desprovidos de substância própria, em sua mútua interdependência. É ele que nos esclarece sobre a existência do sofrimento inerente ao nascimento, à doença, à velhice e à morte, sobre a ignorância, a cólera e o egoísmo, causas do sofrimento, sobre a possibilidade de se superar o sofrimento, e sobre o Óctuplo Caminho que leva a essa superação: a visão correta, o pensamento correto, a palavra correta, a acção correta, a vida correta, o esforço correto, a intenção correta e a concentração correta.
O Samgha é a Comunidade formada pelos fiéis discípulos do Buda, que vivem no seio da sociedade maior, em harmonia e fraternidade, respeitando a Vida, em todas suas manifestações, sempre assíduos em ouvir o Dharma e sempre prontos para transmitir sua fé aos demais. Nós budistas tomamos refúgio no Samgha porque ele é a legítima sociedade fraterna formada pelos que trilham o Caminho da Sabedoria e Compaixão ensinado pelo Buda.
Vim a este mundo para atear a lamparina do amor em todos os corações que queiram iluminar-se, e para verificar que resplendeçam dia a dia com reluzente refulgência.
Porquanto somente existe uma religião, que é a religião do Amor;
Existe somente um idioma, que é a linguagem do Coração;
Existe somente um castelo, que é o castelo da Humanidade;
Existe somente uma lei, que é a lei do Karma;
Existe somente um Princípio Creador, que é Omnipresente.
Pois bem:
Que inicies os teus dias com Amor;
Uses os teus dias com Amor;
Preenchas os teus dias com Amor;
Finalizes os teus dias com Amor.
Este é, realmente, o caminho para o Nirvana ou Beatitude!
Om mani padme hum é possivelmente o mantra mais famoso do Budismo; o mantra de seis sílabas do bodhisattva da compaixão: Avalokiteshvara.
De origem indiana, de lá foi para o Tibete. É o mantra mais entoado pelo budistas tibetanos.
Om Mani Padme Hum.
Om fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses. O sofrimento do reino dos deuses surge da previsão da própria queda do reino dos deuses [isto é, de morrerem e renascerem em reinos inferiores]. Este sofrimento vem do orgulho.
Ma fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos deuses guerreiros (sânsc. asuras). O sofrimento dos asuras é a briga constante. Este sofrimento vem da inveja.
Ni fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino humano. O sofrimento dos humanos é o nascimento, a doença, a velhice e a morte. Este sofrimento vem do desejo.
Pad fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino animal. O sofrimento dos animais é o da estupidez, da rapina de um sobre o outro, de ser morto pelos homens para obterem carne, peles etc., e de ser morto pelas feras por dever. Este sofrimento vem da ignorância.
Me fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino dos fantasmas famintos (sânsc. pretas). O sofrimento dos fantasmas famintos é o da fome e o da sede. Este sofrimento vem da ganância.
Hum fecha a porta para o sofrimento de renascer no reino do inferno. O sofrimento dos infernos é o calor e o frio. Este sofrimento vem da raiva ou ódio.
OM MANI PADME HUM
Tradução:
Recebemos a Jóia da consciência no coração do Lótus. (O Lótus é o chakra).
Significa - Recebemos a jóia da consciência divina, no centro do nosso chakra da coroa. Avalokitesvara alcançou tão elevado grau de espiritualidade, como se tivesse subido a mais alta montanha. Destas alturas, estava para partir à planos ainda mais elevados, e distantes da terra, quando ouviu um gemido que vinha do inconsciente coletivo da humanidade. O lamento por sua partida. Seu coração encheu-se de compaixão e Avalokitesvara prometeu ficar neste planeta trabalhando e servindo para evolução da humanidade. Este juramento bodhisatva, é feito por todos os Mestres que servem a Luz da Grande Fraternidade Branca. Eles deixam de seguir as sua evolução em planos superiores, para servir a Luz de seus irmãos ainda encarnados. Ao recitarmos o Mani Mantra, estamos penetrando a mesma roda metafísica que os Mestres Ascensos e não Ascensos da Grande Fraternidade Branca que estão constantemente empurrando - a Roda da Evolução Espiritual da humanidade. Este mantra tem sua origem na Índia e de lá foi para o Tibet. Os tibetanos não conseguiram entoá-lo da mesma forma, mudando sua pronuncia para: OM MANI PEME HUNG este é o mantra mais utilizado pelos budistas tibetanos. Qualquer pessoa pode entoá-lo. Estando feliz ou triste, ao entoar o "Mani Mantra", uma espontânea devoção surgirá em nossa mente e o grande caminho será fortemente realizado. O mantra OM MANI PADME HUM, é fácil de pronunciar e poderoso pois contém a essência de todo o ensinamento. Muito tem sido escrito sobre este mantra e é impressionante que apenas seis silabas possam atrair tanto comentário importante. De acordo com Dalai Lama, o propósito de recitar este mantra é transformar o corpo impuro de suas palavras e mente, no puro e louvado corpo, palavra e mente de um Buda. O som de cada silaba é visto como tendo uma forma paralela espiritual. Fazer o som de cada silaba portanto, é alinhar a si mesmo com aquela qualidade espiritual particular e para se identificar com isto. Existe também um grande numero de outros beneficio que resultam da repetição deste mantra, incluindo a produção do mérito e destruição do carma negativo.
OM - A primeira silaba, recitá-la o abençoa para atingir a perfeição na pratica da generosidade. MA - Ajuda a aperfeiçoar a pratica da ética pura. NI - Ajuda a atingir a perfeição na pratica da tolerância e paciência. PAD - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da perseverança. ME - Ajuda a conquistar a perfeição na pratica da concentração. HUM - Ajuda na conquista da perfeição na pratica da sabedoria.
A senda das seis perfeições é a senda de todos os budas. Cada uma das seis silabas elimina um dos venenos da consciência humana. OM - Dissolve o orgulho MA - Liberta do ciúme e da luxuria. NI - Consome a paixão e os desejos PAD - Elimina a estupidez e danos. ME - Liberta da pobreza e possessividade. HUM - Consome a agressão e o ódio.
Os mantras são frequentemente, os nomes dos budas, bodhisattvas ou mestres e que o compuseram. Os mantras são investidos com um infalível poder de ação, de forma que a repetição do nome da deidade, transmite as qualidades de sua mente. O nome é idêntico a deidade ou essência da deidade que o compôs e com ele presenteia a humanidade dando a seus irmãos a essência de tudo aquilo que ele atingiu em muitas vidas de esforço e sagrado oficio. Dando o glorioso resultado de seu momentum de sabedoria. Ao recitar este mantra, o meditante também pode conseguir as qualidades do Chenrezig, o bodhisatva da compaixão, conhecido na tradição Mahayana como Avalokitesvara.
O mantra OM MANI PADME HUM, chamado de mani mantra, levanta algumas traduções misteriosas. Diz a tradição que este mantra significa o nome Chenrezig. Contudo, Chenrezig não tem nome, mas ele é designado por nomes. Estes nomes são a taça para a compaixão a benção e a força que ele derrama. Portanto este é apenas um dos nomes de Chenrezig, MANI PADME, colocado entre as duas silabas sagradas OM e HUM.
Parece-nos que Chenrezig, Avalokitesvara e Kuan Yin são os nomes do mesmo buda da compaixão.
OM - Representa o corpo de todos os budas, também o começo de todos os mantras. MANI - Jóia em sânscrito PADME - Lótus ou chakra HUM - A mente de todos os budas e freqüentemente finalizam os mantras. MANI - Refere-se a Jóia que Chenrezig segura no centro de suas duas mãos. PADME - Refere-se ao lótus que ele segura na sua segunda mão esquerda.
Dizendo MANI PADME estamos nominando Chenrezig através de seus atributos: "Aquele que segura a Jóia e o Lótus". Chenrezig ou Jóia do Lótus são dois nomes para a mesma deidade. Quando recitamos este mantra, estamos na verdade repetindo o nome de Chenrezig. Este mantra é investido com a benção e o poder da mente de Chenrezig, sendo que ele mesmo reúne a benção e a compaixão de todos os budas e bodhisattvas. Desta forma o mantra é imbuído com a capacidade de purificar nossa mente de sua obscuridade. O mantra abre a mente para o amor e compaixão e a conduz ao despertar. Sendo a deidade e o mantra um em essência, significa que é possível recitar o mantra sem necessariamente trabalhar a visualização. A recitação permanece efetiva.
Cada uma das seis silabas sagradas retêm um efeito purificador genuíno. OM - Purifica o corpo MA - Purifica a palavra NI - Purifica a mente PAD - Purifica as emoções ME - Purifica as condições latentes HUM - Purifica o véu que encobre o conhecimento
Cada silaba é ela mesma uma oração OM - É oração dirigida ao corpo dos budas MA - É oração dirigida à palavra dos budas NI - É oração dirigida à mente dos budas PAD - É oração dirigida às qualidades dos budas ME - É oração dirigida à atividades dos budas HUM - Reúne a graça (benção) do corpo, palavra, mente, qualidade e atividade dos budas.
Estas seis silabas correspondem à transcendental perfeição dos budas secretos. OM - Ratnasambhava, Buda que nos inunda com sua sabedoria de igualdade e nos liberta do orgulho espiritual, intelectual e humano MA - Amogasidhi, Buda que nos inunda com sua sabedoria que a tudo realiza, a sabedoria da ação perfeita e liberta-nos do veneno da inveja e do ciúme. NI - Vajrasattva, Buda nos inunda com a sabedoria da vontade diamantina de Deus. Consome em nós o veneno do medo, da duvida e da descrença em Deus, o único Guru. PAD - Vairochana, Buda que nos inunda com a sabedoria penetrante do dharmakaya, a poderosa Presença Eu Sou. Consumindo em nós o veneno da ignorância. ME - Amithaba, Buda que nos inunda com a sabedoria da discriminação e consome em nós os venenos das paixões : Todos os desejos intensos, cobiça, avareza e luxuria. HUM - Akshobhya, Buda que nos inunda com a sabedoria que se reflete como num espelho e consome em nós os venenos de raiva, ódio e criações de ódio.
As seis silabas sagradas OM MANI PADME HUM são a essência das cinco famílias de budas secretos. São a fonte para todas as qualidades e profunda alegria. É a senda que conduz a uma elevada existência para a liberdade da alma. OM MANI PADME HUM HRIH
A PRONÚNCIA OM MÃNI PADME RUM RRIIII
O SIGNIFICADO Recebemos a jóia da consciência divina, no centro do nosso chakra da coroa., que nos traz a sabedoria discriminativa, o discernimento. (O Lótus é o chakra da coroa). HRIH! (Hrih é o bija, ou sílaba “semente”, do Buda Amitabha.)